Aves dos Inselbergs no Corredor Central da Mata Atlântica: Contribuições para o Conhecimento da Diversidade Biológica do Baixo Rio Doce
Nome: Augusto Cezar Francisco Alves
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/08/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
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| Leonora Pires Costa | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
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| Agnaldo Silva Martins | Suplente Interno |
| Leonora Pires Costa | Orientador |
| Luiza Fonseca Amorim de Paula | Examinador Externo |
| Marcelo Ferreira de Vasconcelos | Coorientador |
| Rômulo Ribon | Examinador Externo |
Resumo: Os inselbergs são caracterizados por afloramentos rochosos soerguidos abruptamente em ambientes planos, com reconhecida heterogeinidade ambiental e grande riqueza florística associada às características das fitosionômias presentes, formando-se, portanto, em ilhas de alta diversidade biológica. Desde que, estudos seminais identificam que ambientes de topos de montanhas exercem alto nível de influência nos padrões de diversificação e ocorrência da biota associada, o intuito deste trabalho foi explorar a hipótese das formações de inselbergs como áreas únicas no bioma da Mata Atlântica, caracterizados por uma alta diversidade avifaunística e concentração de espécies raras, endêmicas e/ou características de ambientes xéricos. Para tal foram avaliadas a riqueza, composição e diversidade de aves em 11 inselbergs situados no corredor central da Mata Atlântica, através de métodos integrativos e sistematizados que incluiram pontos de escuta e busca ativa, além de observações e registros documentados durante períodos anteriores. A avaliação dos inselbergs abrangeu as três fitofisionomias típicas da região do baixo rio Doce, de agosto de 2018 a junho de 2019, sendo uma representada pela floresta estacional semidecidual e duas referentes à floresta estacional decidual. Ao todo, foram registradas 162 espécies de aves nos inselbergs, sendo que Primolius maracana, Amazona rhodocorytha, Strix huhula e Rhytipterna simplex figuram em categorias de ameaça. O total de espécies de aves registradas nos inselbergs desta porção do corredor Central da Mata Atlântica representa 22,3% do total listado para o Estado do Espírito Santo numa área estimada em 13,64 ha. As análises multivariadas e de similaridade demonstraram que há uma variação significativa na estrutura das assembleias entre as fitofisionomias; principalmente de elementos associados a ambientes de mata preservada e àqueles associados a ambientes de vegetação xerófita. Dados preliminares apontam que os inselbergs desempenham papel fundamental na manutenção de metapopulações. A assembleia de aves registradas na floresta estacional semidecidual dos inselbergs tem grande afinidade com o padrão observado nas matas de baixadas, salvo a execeção de espécies que realizam deslocamentos altitudinais. Nas formações de floresta estacional decidual, observou-se que há semelhança com a composição de espécies típicas com os ambientes de áreas abertas e florestais da Caatinga. O presente estudo aponta que há uma enorme lacuna sobre a diversidade de aves dos inselbergs da Mata Atlântica, e que, se forem direcionadas ações conservacionistas a estes ambientes, os mesmos poderão atuar como peça chave na recuperação da biota desta bacia, por abrigarem relictos da biota
desta região.
Palavras-chave: inselbergs, aves, corredor Central da Mata Atlântica, perda de habitat, rio Doce.
