Biogeografia e Bioacústica Aplicadas à Myrmotherula Axillaris (aves:
thamnophilidae)

Nome: Renata Pasini Barbosa
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/06/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Examinador Interno
Ana Carolina Loss Rodrigues Suplente Interno
Flávia Guimarães Chaves Suplente Externo
Henrique Batalha Filho Examinador Externo
Marina Henriques Lage Duarte Examinador Externo
Sérgio Lucena Mendes Orientador
Yuri Luiz Reis Leite Examinador Interno

Resumo: Myrmotherula axillaris luctuosa, conhecida popularmente como choquinha-do-flancobranco é uma ave Thamnophilidae residente de áreas florestais de Mata Atlântica,
sendo encontrada em diversos ambientes. Na Amazônia encontramos as subespécies
albigula, axillaris, melaena, fresnayana e heterozyga. Apesar de bastante documentadas
e serem aves muito comuns, as medidas de distribuição das espécies de Myrmotherula
estão geralmente erradas ou incompletas, cada repositório de registros acaba por
formular a própria distribuição, resultando em mapas diferenciados. Não existem
modelagens feitas com Myrmotherula axillaris luctuosa. A modelagem com o ModleR
foi algo inovador neste estudo. A distribuição modelada ficou próxima ao que já se
concebia para a subespécie, adicionando, contudo, locais no Nordeste que antes não se
supunha, mas que convidam para levantamentos locais.
Devido à variação latitudinal e às quebras filogeográficas da Mata Atlântica encontradas
na extensão da Mata Atlântica, poderíamos encontrar diferenças fenotípicas
perceptíveis entre populações dentro da mesma subespécie. Portanto, para investigar a
variação geográfica no canto de Myrmotherula axillaris luctuosa na Mata Atlântica
foram testados três possíveis padrões de variação geográfica no canto da subespécie:
padrão de variação discreta, gradual e clinal. Espera-se que a estrutura acústica do canto
varie entre os blocos formados pelas quebras filogeográficas, devido ao isolamento
histórico entre essas populações; ou que a estrutura do canto se relacione a um
gradiente climático ou ambiental, representado pela latitude; ou, finalmente, que a
variação acústica do canto aumente com a distância entre os indivíduos, devido ao
tempo de isolamento por distância e considerando toda a extensão da distribuição da
espécie. Os resultados das análises sugerem que o ritmo dos cantos é mais distinto entre
indivíduos que estão mais distantes geograficamente ao longo de toda a distribuição da
subespécie na Mata Atlântica e na parte central do bioma. Os cantos conservam muita
semelhança acústica entre si, levando a crer que é maior a semelhança do que a
dissemelhança entre eles. Mesmo não havendo grandes diferenças populacionais na
área de distribuição da Myrmotherula axillaris luctuosa, a variação ocorre
provavelmente devido à adaptação das vocalizações às condições ambientais.A migração da biota entre Amazônia e Mata Atlântica teria ocorrido diversas vezes em
períodos climáticos mais úmidos, como durante o final do Pleistoceno, quando matas
de galeria transpuseram o Cerrado e a Caatinga. Na conexão entre Amazônia e Mata
Atlântica também existiriam duas possibilidades distintas. Caso as populações formem
uma disjunção tendo pouca variação acústica entre elas, ou possam ser consideradas
espécies distintas, pela grande distinção acústica. Além disso, a subespécie axillaris se
distribui na porção mais à leste na Amazônia do que as outras subespécies amazônicoandinas. Esta subespécie pode ter tido uma maior chance de interação com a população
atlântica no passado geológico em relação às demais subespécies amazônico-andinas.
Portanto, foi observado se existe uma maior semelhança acústica entre a subespécie
axillaris e a subespécie atlântica do que entre outras subespécies amazônico-andinas e
a subespécie axillaris e também como a presença Cordilheira dos Andes entre as
populações pode implicar em diferença acústica perante as outras subespécies. Foi
realizada a análise da variação acústica de Myrmotherula axillaris na Amazônia e entre
a Amazônia e Mata Atlântica, a fim de observar a dissemelhança acústica entre as
subespécies e apreciar a ambiguidade sobre o status taxonômico para a subespécie
residente na Mata Atlântica. A vocalização da subespécie de Myrmotherula axillaris que
ocorre na região atlântica guarda semelhança com as subespécies amazônicas, em
especial com a axillaris. Entre os blocos amazônicos e os blocos atlânticos a diferença
nos componentes analisados observados pelo PCA, somado aos resultados observados
nos inclina a afirmar que as populações atlânticas da ave de estudo, podem ainda se
tratar de uma subespécie de Myrmotherula axillaris, porém mostram a tendência da
especiação por alopatria. Deve-se desta forma, adotar globalmente a nomenclatura
brasileira e o status de subespécie para as populações atlânticas, como hoje é realizado
pelo CBRO.
Palavras-chave: Suboscines, modelagem de distribuição, variaç

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