Uso do espaço por uma população de Muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus)

Nome: Marlon Lima
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 02/06/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Karen Barbara Strier Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Suplente Interno
Andre Luiz Nascentes Coelho Suplente Externo
Fabiano Rodrigues de Melo Examinador Externo
Karen Barbara Strier Orientador
Sérgio Lucena Mendes Examinador Interno

Resumo: Populações das primatas estudadas por longos períodos representam uma rara oportunidade para avaliar como as altas densidades populacionais e a defesa das áreas, como o territorialismo, influenciam o uso do espaço em fragmentos isolados. Nos muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) da RPPN-Feliciano Miguel Abdala (RPPN-FMA) em Caratinga, Minas Gerais, a população com quatro grupos sociais variou de 288 a 335 indivíduos durante o período de estudo de agosto 2010 até julho 2013. Utilizamos 22.466 pontos de localização dos grupos, divididos mensalmente e anualmente, para estimar variáveis, como as áreas de uso, áreas nucleares, distâncias percorridas, sobreposição de áreas e interações intergrupais, que são importantes para o conhecimento do uso do espaço e para análises sobre o territorialismo. Usando o método do Kernel, descobrimos que as áreas de uso dos grupos variaram desde 146.5 ha (grupo Nadir) a 416.8 ha (grupo Matão) durante o período de estudo. As áreas nucleares encontradas variaram de 13% (grupo M2) a 29% (Grupo Nadir) das áreas de uso. As distâncias diárias percorridas foram semelhantes entre os quatro grupos e indicam que não sofreram influência da variação no tamanho dos grupos. As áreas de sobreposições entres os grupos variaram entre 0 e 66.4 ha das áreas de uso, e entre 0 e 7.5 ha das áreas nucleares, sendo que apenas o grupo Nadir teve sobreposição de área nucleares com os outros três grupos e a maior área foi com o grupo Matão, o maior grupo da população. A maioria dos encontros intergrupais (73%) aconteceram dentro das áreas nucleares. Assim, utilizamos o índice de defensibilidade proposto por Mitani & Rodman (1979) e a taxa de monitoramento fracionada de Lowen & Dunbar (1994) para testar o grau de territorialismo entre o grupo Matão e os grupos vizinhos. Nossas análises indicaram que a defesa da área nuclear foi muito maior que a encontrada para área de uso tanto mensal quanto anualmente. O territorialismo testado em nestas análises indica que o aumento da densidade populacional pode influenciar o modo como as populações ajustam o uso do espaço ao longo do tempo. Para verificar se o que encontramos é um padrão ou um comportamento atípico precisamos aumentar os estudos sobre os efeitos do territorialismo sobre o uso do espaço em outras populações de muriquis.
Palavras-chave: uso do espaço; área de uso; área nuclear; distâncias diárias percorridas; sobreposição de área; territorialidade.

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